sexta-feira, 2 de julho de 2010




Fotos revelam intimidade de Frida









A mais popular entre as mu­­lheres pintoras, nascida oficialmente em 1907 e morta em 1954, escondia outras coisas além da idade. Parte desse mistério é desvendado agora com o lançamento do livro Frida Kahlo – Suas Fotos (Cosac Naify), que reúne mais de 400 fotografias do arquivo do Museu Frida Kahlo, sob a guarda do Banco do México. Foram selecionadas pelo fotógrafo, editor e curador mexicano Pablo Ortiz Monasterio.

Publicada simultaneamente à edição mexicana da Editorial RM, a brasileira chega às livrarias neste fim de semana, com tiragem única de 7 mil exemplares, e mostra, por meio de imagens, a trajetória da pintora surrealista casada com o pintor Diego Rivera.

É justamente a relação dos dois o tema de outro livro, Diego e Frida, originalmente publicado em 1993 pelo Nobel francês J.M. Le Clézio e agora relançado pela Editora Record. Muitos fatos omitidos por esse autor são revelados no outro livro, o de fotografias que durante muito tempo ficaram distantes do olhar indiscreto do público.

São fotos que explicam sua obsessão por autorrretratos herdada do pai, um fotógrafo judeu de origem alemã, e escancaram a liberdade sexual da artista, amante tanto de personagens históricos – o líder revolucionário Leon Trotski – como de mulheres emancipadas, entre elas a fotógrafa Tina Modotti e Tara Pandit, sobrinha do ex-primeiro ministro indiano Jawaharlal Nehru.

Parece claro que Diego Rivera, que traía Frida com mais frequência, pretendia manter certa discrição sobre esses relacionamentos. Tanto que, ao fazer a doa­­ção do acervo fotográfico da mulher ao Banco do México, pediu que o material fosse guardado e só se tornasse público 15 anos depois de sua morte. A empresária, musicista e filantropa mexicana Dolores Olmedo, amiga do casal, guardou o acervo por 50 anos. Após ela morrer, em 2002, o acervo foi finalmente aberto e catalogado.

Frida Kahlo – Suas Fotos mostra como a garota precoce construiu sua autoimagem fazendo intervenções em alguns de seus retratos, seja melhorando seu rosto ou eliminando os de pessoas que, de algum modo, detestava, como a segunda mulher de Rivera, Lupe Marín, cujo rosto rasgou numa das fotos.

Embora negasse ser fotógrafa, Frida herdou do pai o talento e a mania de fazer autorretratos, gênero cuja presença na história da arte revela uma tentativa de autoconhecimento, mais do que pura vaidade. E ela produziu inúmeros, além de fotos experimentais como as do pai, fotógrafo profissional.

A mais impressionante faz alusão ao acidente sofrido em 17 de setembro de 1925, em que o corrimão de um ônibus transpassou-lhe o ventre e saiu por sua vagina: trata-se de uma boneca de pano jogada ao lado de um cavalinho de madeira. Outra mórbida alusão à tragédia é a foto de uma caveira de arame largada num jardim.

Frida Kahlo – Suas Fotos.
Organização de Pablo Ortiz Monasterio.
Cosac Naify. 524 páginas, 401 ilustrações. R$ 120.

Fonte: Gazeta do Povo On Line - Edição de 02/07/10

Um comentário:

Anônimo disse...

Franz Kafka...um livro que vale á pena ter em casa, não só pela mulher que é, assim como pintora no mundo da arte, pelos traços de seu rosto se nota quão forte ela era.
Um bom tempo que não compro livros de pintura algo que me identifico muitooo!!!
É voçê como andam ás coisas por ai em curitiba e em sua vida?
Como anda o Mixtape?
Tem previsões de quando irá retornar em SP?
Até +++