domingo, 27 de fevereiro de 2011


Cinema Nacional
"Como Esquecer"

Ana Paula Arosio fala sobre sua personagem - Júlia


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


"De repente a morte passou a me atrair,
apenas com a promessa de ser melhor...
Eu não posso ir atrás da Antônia,
também não tenho espaço para outro relacionamento,
mas estou viva...
Agora preciso descobrir o que restou de mim,
o amor exige muito e tenho tão pouco pra dar,
nem sei se desse pouco se faz vida,
as emoções escorrem, nada penetra..."

Júlia (Ana Paula Arósio)


Imperdível!!!
Cinema Nacional

"Como Esquecer"

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(obs: desligue o playlist, no canto superior direito da tela, antes de ver este vídeo.)

"O que será que é o contrário do amor?"

Baseado na obra de Myrian Campello, "Como Esquecer" é um relato íntimo e arrebatador das mais profundas emoções originadas de relacionamentos (principalmente daqueles que foram perdidos). Afinal, quem nunca foi  "deixado"?

Enredo muito bem estruturado, permeado pela riqueza de texto e cenas provocantes, como o beijo entre Júlia (Ana Paula Arósio) e Helena (Arieta Corrêa).

Envoltos pela mesma dor, as vidas de Júlia, Hugo (Murilo Rosa) e Lisa (Natália Lage) se  entrelaçam, motivados por um simples e poderoso sentimento, a solidariedade. "O sofrimento do outro é sempre desagradável, lembra nossas dores passadas, ou dores que virão" (texto integrante do filme).

A mente em euforia...mas, o corpo, muitas vezes, em inércia incontida.
"Você conhece alguma coisa mais real do que um fantasma? O tempo não tem fim, mas ele é o fim. Algum preço a gente tem que pagar quando resolve fingir que a vida já voltou ao normal". Palavras de Júlia, professora de literatura inglesa, (personagem magníficamente interpretada por Ana Paula Arósio), mergulhada no luto inevitável pelo término de sua relação com Antônia.

"Só o amor é capaz de fazer esquecer quem amou antes, e fazer amar ainda mais quem amou antes", indaga Hugo, primo de Júlia, que tenta voltar ao seu cotidiano após a morte do companheiro.

Lisa, abandonada grávida pelo namorado, faz um aborto. "O mal já foi feito", desabafa.

Profundo e de imensa sensibilidade, "Como Esquecer" emociona e induz à reflexão. Classificado na categoria "Cult",  a produção de Elisa Tolomelli aponta como uma obra que não será facilmente esquecida. Evidência incontestável da qualidade na produção cinematográfica brasileira.


"A cada passo, a cada momento,
eu estava me  tornando um livro em branco,
será que esquecer é a mesma coisa que ter perdido?

Não há mudança sem trauma, 
toda a mudança configura o final de um período, 
a perda de um eu.

Só sei que quando a dor passa, dá uma paz, uma calma."

(Julia)